UM PARTIDO NECESSÁRIO

Um dado negativo da realidade partidária brasileira é o quase desaparecimento do Partido Verde no quadro eleitoral. Em boa parte esse fenômeno se deve a diversas ações de sabotagem de agentes infiltrados, que sabem muito bem da importância política da causa ambiental.

Por outro lado, o surgimento de novas siglas reflete tanto a proliferação oportunista de franco-atiradores no cenário partidário, como também uma tendência de desintegração das possibilidades de eficiência de uma ação política mais ampla.

Quando essas siglas se transformam em verdadeiras "empresas" parasitas de fundos partidários, ficam sujeitas a todo tipo de infiltração e influência. Tanto o PV como os demais partidos em geral se fragmentaram em unidades regionais, perdendo a integridade e a coerência ideológica no plano nacional.

A formação de federações partidárias pode ser uma solução para este problema, desde que sejam estabelecidos critérios mais rígidos para o acesso dos partidos aos fundos que os sustentam, evitando que o exercício político se resuma a meras transações econômicas em benefício de grupos específicos.

É verdade que os partidos já perderam importância no mundo atual guiado por pragmatismos e praticidades. Mas a causa essencial do Partido Verde ─ uma demanda cada dia mais premente no planeta ─ não pode ficar sem a devida representação, enquanto siglas insossas formadas por palavras vazias vicejam sustentadas por fundos federais.

O ZÉ LIMEIRA DE ORLANDO TEJO