segunda-feira, 19 de maio de 2025

H E N F I L

Mineiro de Ribeirão das Neves, Henrique de Sousa Filho ─ o Henfil ─ nasceu em 5 de fevereiro de 1944, passando sua infância na periferia de Belo Horizonte. Estudou no Colégio Arnaldo da Ordem do Verbo Divino e mais tarde cursou um supletivo noturno, para em seguida entrar para a faculdade de Sociologia.
Logo abandonou o curso e foi trabalhar como embalador de queijos, office-boy e depois acabou se tornando jornalista. No início da década de 1960 passou a se dedicar à ilustração, criando diversos personagens e histórias em quadrinhos. 
Em 1964 começou a publicar na Revista Alterosa, a convite do editor e escritor Roberto Drummond, que lhe deu emprego e também o apelido. Nesta época nasceram os "Fradinhos", um desenho satírico com figuras tipicamente brasileiras, que retratava a situação do país naquele período crítico de regime militar.
Nos anos seguintes passou a fazer caricatura política para o Diário de Minas e charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, colaborando também nas revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro. 
Em 1969 Henfil mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a publicar no tabloide O Pasquim e no Jornal do Brasil, quando seus personagens ganharam popularidade nacional. 
Atuou também no teatro, cinema, televisão e literatura, tendo uma participação marcante nos movimentos políticos e sociais no período de redemocratização do Brasil. 
A partir de 1980 passou a morar em Nova York por motivo de saúde, para tratar de hemofilia. Daí surgiu o livro "Diário de um Cucaracha", que retrata o período da sua passagem pelos Estados Unidos.
Chegou a publicar algumas das suas tiras mais famosas em jornais dos EUA, mas os norte-americanos não conseguiram compreender o seu peculiar senso de humor sarcástico. 
Ao retornar ao Brasil, passou a viver na cidade de Natal, onde produziu o filme “Tanga ─ Deu no New York Times”. De volta ao Rio de Janeiro, criou um quadro dentro do programa TV Mulher na Rede Globo ─ a TV Homem ─ que teve grande repercussão. 
Como escritor publicou 7 livros: "Diário de um cucaracha", "Hiroshima, meu amor", "10 em humor", "Diretas-já", "Henfil na China", "Fradim de Libertação" e "Como se faz humor político".
Henfil teve um papel relevante na produção e na renovação do desenho humorístico brasileiro, através de personagens como Capitão Zeferino, Graúna, Bode Orelana, entre outros. 
Sua participação na vida política do Brasil foi marcada pelo engajamento na luta contra a ditadura, em favor da democratização, especialmente do movimento pela anistia aos presos políticos (1979) e pelas Diretas-já (1984). Faleceu em 4 de janeiro de 1988, vítima do vírus HIV contraído em uma transfusão de sangue no tratamento da hemofilia.

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