![]() |
| Leonel Brizola em frente ao Hotel Roosevelt, onde ficou hospedado na sua passagem histórica por Nova York (1978). |
Algumas pessoas mais incautas podem acreditar que o regime militar no Brasil foi menos violento do que as demais ditaduras sulamericanas, em relação ao número de cidadãos assassinados, torturados e desaparecidos. Mas é inquestionável que a ditadura brasileira foi pioneira na região e serviu de base estrutural para a disseminação da idelogia militarista ─ golpista e autoritária.
A partir do golpe de Pinochet no Chile em setembro de 1973, as ditaduras do chamado Cone Sul, sob os auspícios do governo estadunidense, começaram a coordenar suas ações dentro de um plano estratégico conhecido como Operação Condor.
Leonel Brizola, por exemplo, depois do golpe militar de 1964 no Brasil, viveu 10 anos de exílio no Uruguay, até que a ditadura chegou por lá e revogou sua condição de exilado, expulsando-o daquele país. O político gaúcho teve então que se transferir para Buenos Aires, mas logo os militares tomaram o poder também na Argentina e o obrigaram a fugir para outro lugar.
Os tentáculos da Operação Condor atingiram vários líderes políticos, como os ex-presidentes brasileiros Juscelino Kubitscheck e João Goulart, mortos em situações muito suspeitas. Brizola certamente seria o próximo da lista a ser eliminado, mas as vicissitudes do destino lhe lançaram uma tábua de salvação.
Com a renúncia do republicano Richard Nixon e a ascenção do democrata Jimmy Carter à presidência dos Estados Unidos, os regimes militares sulamericanos perderam seu principal apoio político. A longa ditadura brasileira dava sinais de decadência, enquanto os demais países vizinhos ainda radicalizavam seus processos internos, com uma explosão brutal da violência estatal.
A partir de 1977 a CIA parou (temporariamente) de prestigiar regimes autoritários e patrocinar a Operação Condor. O governo dos Estados Unidos ofereceu asilo a Brizola, que assim pôde se refugiar em Nova York até 1979, quando uma lei de anistia aprovada pelo governo militar possibilitou o retorno de todos exilados ao Brasil.

Nenhum comentário:
Postar um comentário