Princesa guerreira africana, filha do rei do Congo, que depois da invasão dos mercenários de Portugal no final do século XVI foi levada para o mercado de escravos em Gana e enviada ao Brasil em 1597.
Chegou no Recife e seguiu para uma fazenda na região de Porto Calvo, onde ouviu relatos sobre um reduto de africanos livres reunidos na Serra da Barriga. Assim Aqualtune, que mais tarde seria a avó de Zumbi dos Palmares, decidiu organizar uma fuga para esse quilombo.
De ascendência nobre e um histórico de comandar batalhas, ela se tornou líder de uma das aldeias insurgentes, o Mocambo de Aqualtune. Vivendo no quilombo teve 3 filhos guerreiros: Gamba Zumba, Gana Zona e Sabina, mãe de Zumbi. Faleceu já bastante idosa em 1677, quando sua cidadela foi atacada por bandeirantes portugueses.
Em 2019 a escola de samba Mancha Verde de São Paulo homenageou esta grande heroína, que veio para o Brasil para entrar para história e honrar o seu povo com orgulho na eterna luta pela liberdade.
Eu só acho um absurdo
Porque nunca ouvi falar
Na escola ou na tevê
Nunca vi ninguém contar
A história de Aqualtune
E o que pode conquistar
Uma história como a dela
Deveria ser contada
Em todo livro escolar
Deveria ser lembrada
No teatro e no cinema
Que ela fosse retratada
Mas eu tive que sozinha
Sua história então buscar
Foi porque ouvi seu nome
Uma amiga então citar
E por curiosidade
Na internet procurar
É por isso que eu escrevo
E o cordel quero espalhar
Pra que mais gente conheça
E também possa contar
Tudo que Aqualtune fez
Pois é tudo de inspirar
A história do meu povo
Nordestino negro forte
É tão rica e importante
É vitória sobre a morte
Pois ainda do passado
Modificam nossa sorte
Quando penso em Aqualtune
Sinto esse encorajamento
A vontade de enfrentar
De mudar neste momento
Tudo aquilo que é racismo
E plantar conhecimento.
(Trecho do cordel “Aqualtune”, de Jarid Arraes).
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