quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

MULHERES NAS OLIMPÍADAS

 “Se uma mulher quiser pilotar um avião, ninguém tem o direito de impedi-la. Mas quando se trata de competições esportivas disputadas em público, a participação das mulheres deveria ser proibida” (Pierre de Coubertain).

Seguindo o modelo das Olimpíadas da Grécia Antiga e os ideais das disputas de cavalaria na Idade Média, o barão Pierre de Coubertain  um dos principais idealizadores das Olimpíadas modernas  tinha convicção de que o esporte não era apropriado para as mulheres.
O velho barão acreditava que os jogos olímpicos deveriam ser uma exaltação solene apenas às virtudes atléticas dos homens. O herói olímpico era uma personalidade do sexo masculino e às mulheres caberia o papel de aplaudir os vencedores. 
Coubertin, o primeiro presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), pensava que as mulheres atletas nunca atingiriam o nível esportivo dos homens e por isso elas não eram capazes de fazer uma modalidade evoluir. Ele não conseguiu perceber o imenso atrativo que a presença feminina poderia trazer para a grande festa dos jogos olímpicos.
Apesar da resistência na primeira Olimpíada de Atenas em 1896, algumas mulheres já começaram a participar na segunda edição dos jogos de Paris em 1900, no tênis, no golfe e no críquete. 
Com o tempo as mulheres foram finalmente conquistando o seu merecido espaço na história das Olimpíadas. Em 1912 elas participaram pela primeira vez da Natação, mas ainda eram proibidas de disputar as provas do Atletismo.
Para confrontar as proibições dos jogos oficiais, a francesa Alice Milliat organizou em 1922 uma versão feminina das Olimpíadas. Graças ao esforço de mulheres como ela, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) teve que rever sua posição e passou a organizar também competições femininas.
A primeira vez que as mulheres participaram de um esporte coletivo em uma Olimpíada foi com o voleibol, nos jogos de Tokyo em 1964. E assim gradativamente elas conquistaram praticamente todas as modalidades, até mesmo alguns esportes polêmicos, como o halterofilismo e a luta greco-romana, por exemplo.
Na Olimpíada de Sydney em 2000, 40% de todos os atletas eram do sexo feminino. Dos 200 países participantes, apenas nove não contavam com a presença de mulheres, sendo que 53 países já levavam em suas delegações mais mulheres do que homens. 
No Rio de Janeiro em 2016 as mulheres eram 43% e na última edição dos jogos em Tokyo (2021) elas já chegaram a 49%. É bem provável que agora nos jogos de Paris em 2024 elas já sejam maioria.

A tenista inglesa Charlotte Cooper foi a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos jogos olímpicos.